MMA
Após vitória em estreia no UFC, Johnny Walker quer apoio do Brasil
"Que alguém me enxergue"
Johnny Walker já mostrou que não tem meias palavras para dar seu recado. Neste último sábado, o lutador brasileiro nocauteou em apenas 1m57 o americano Khalil Routree, em duelo no peso-meio-pesado. Foi apenas a estreia do lutador na organização, e ele escolheu representar o Reino Unido. Depois da luta no UFC Buenos Aires, Johnny desabafou e disse esperar por mais apoio. Ele espera que sua performance, que lhe rendeu um bônus de US$ 50 mil, seja o suficiente para que prestem atenção nele.
- Espero que alguém me enxergue agora, porque ninguém me enxergava antes. Não tinha postagem minha, não foto em site ou Instagram de ninguém, todo mundo falando só do Routree, e agora acho que alguém pode me ver. Invistam em mim, galera, estou aqui! Sem apoio nenhum cheguei onde cheguei, imagina se tivesse. E têm muitos mais como eu, que não têm oportunidade. O que falta é isso, as pessoas terem a humildade de enxergar o futuro dentro de cada um: “Esse cara vai dar um futuro bom”, vai lá e investe no cara. Ninguém investe, é um bando de pão duro, se quiser investir estamos aí. E se não quiser investir também, vou continuar sozinho, eu e Deus.
O lutador, que chegou ao UFC vindo do Contender Series Brasil, voltou a ressaltar que escolheu defender as cores do Reino Unido pelo apoio que tem tido onde mora hoje.
- Claro (que vou vestir a camisa do Reino Unido), lá que estão me apoiando. Lá não é nem empresário, a galera é tão gente boa que pessoas normais, pais de família, é que me ajudam, mandam dinheiro, arrumam academia para eu treinar. No Brasil a gente não consegue apoio dos empresários. Pessoas normais na Inglaterra me ajudam, por isso que fico lá (...). Sou um cara patriota, amo o Brasil, mas o Brasil não me ajuda. Não tenho condições de ficar no Brasil treinando. Onde estiver, em qualquer outro país, EUA, China, se tiver porta aberta para mim, vou levar a bandeira. Qualquer país que me apoiar levo a bandeira e é assim que funciona. Quem está me ajudando que tenho que mostrar - disparou.
Apesar de já vencer na estreia e ainda levar um bônus, Johnny Walker disse que poderia ter mostrado muito mais no octógono na Argentina.
- Mais ou menos (como sonhei)... Queria nocautear, mas um nocaute muito mais bonito. Tenho muito mais armas, chute giratório, joelhada voadora, mas dei uma cotoveladinha e ele caiu, então está bom também.
O lutador, que tem um cartel agora com 15 vitórias e três derrotas, disse não ter sentido a pressão pela estreia no Ultimate. Inclusive, elogiou sua força mental.
- Meu emocional é o que tenho de mais forte. Nada me abala. Se acontecer algum acidente, alguma coisa bem grave na minha vida, não importa, vim para fazer meu trabalho e vou fazer. Depois resolvo meu problema, não vai adiantar ficar estressado, chorar, nada vai resolver. Meu emocional é perfeito, vim aqui e lutei, e agora se tiver algum problema vou resolver. Meu emocional estava 100%.
Sobre a luta com Khalil Routree, adversário que vinha numa sequência de três vitórias no UFC, o brasileiro explicou como abriu o caminho para a vitória fulminante.
- Eu estava sentindo os movimentos, vendo qual era a reação dele para os meus golpes. Depois que vi que ele era um pouco lento, que o olho estava sem percepção de velocidade, joguei uns dois overhands desenhados e ele nem mexeu a cabeça. Falei: ou vou dar um overhand ou vou chutar a cabeça, que ele não está nem mexendo e vai pegar. E foi o que aconteceu.
Recém-chegado na organização, Johnny Walker prefere fazer a linha “funcionário do UFC” e esperar por um próximo nome. Mas que seja rápido.
- Quem o UFC botar, está bom. Vou ficar no meu lugarzinho treinando, esperando e preparado para qualquer um. (Quero lutar) o mais rápido possível. Semana que vem dá?