Jiu-Jitsu
A importância das ‘combinações perfeitas’ de estratégia, técnica e força;
a importância das 'combinações perfeitas'
“Saber e agir são a única e a mesma coisa”, ditado antigo dos tempos dos samurais. Embora seja uma máxima samurai, muitos lutadores se esquecem desse conceito, focando apenas na força de seus músculos e na explosão dos seus movimentos. Nunca tirando o mérito dos lutadores mais leves, mas muitos lutadores não usam estratégias, não buscam novas posições, por vezes, confiam no seu vigor físico e creem que estão garantidos. Mas imagine se o seu adversário tiver o mesmo vigor físico, o mesmo peso, então essa vantagem some.
Certamente, a técnica será o diferencial. E certamente a técnica mais refinada neutralizará a força do oponente, dando a vitória ao atleta mais técnico. O Jiu-Jitsu mostra e demonstra isso nas lutas de MMA, nos campeonatos na categoria “absoluto”, onde o peso não é levado em conta, e nos treinos diários, muitas vezes em sua própria academia, você não finalizou ou viu lutadores mais leves finalizando lutadores mais pesados por conta de sua técnica mais refinada?
O dojô é um constante lugar de aprendizado. Por vezes, observando as lutas dos meus alunos, esse ditado se torna tão claro. O saber e o agir têm que caminhar juntos. Estudar posições, movimentos… Sempre estar atento aos fundamentos, buscar se lançar em desafios, não se acomodar em sua zona de conforto. O exercício mental é importante, force seus limites de resistência, desenvolva o equilíbrio entre o seu corpo e mente. Saber e agir são a única e a mesma coisa pelo fato de um complementar o outro.
Quanto mais você treinar, repetir os fundamentos, treinar defesa pessoal, mais confiança você terá no seu Jiu-Jitsu. A confiança no próprio agir vem do treino contínuo, persistente. Como pode agir sem cometer erros quando não se sabe o que fazer? No Jiu-Jitsu, como dizia o Mestre Carlos Gracie “… no Jiu-Jitsu, você vence ou você aprende”. Creio que quando você pensa nas suas próprias lutas, exatamente isso, o estudar de suas lutas, no movimento dos seus adversários, onde você viu uma brecha, um erro que ele comete. Quando você estuda dessa maneira em suas lutas, você está sempre aprendendo a polir seus movimentos e identificar os pontos vulneráveis dos seus adversários, identificando onde acertou e onde errou.
A evolução do Jiu-Jitsu não se dá somente nos tatames, não. Ocorre fora dele também. Em seus estudos e na sua mente. O analisar da técnica e estratégia utilizada em determinada luta. O que você viu que não funcionou, e o que quase deu certo, mas o que impediu o êxito do movimento. Temos de estar sempre evoluindo o nosso Jiu-Jitsu no corpo e na mente. Estarmos com a mente em alerta para, no momento que o nosso oponente se mostrar vulnerável, identificarmos e prontamente desferirmos uma finalização.
No livro “A arte da guerra”, de Sun Tzu, tem um pequeno trecho que acho muito pertinente a esse assunto. De estarmos sempre preparados e pensando em nossos combates para estarmos melhor nos próximos. Diz o seguinte: “A invencibilidade depende de nós próprios: a vulnerabilidade do inimigo depende dele”.